Tempos da morte na arte contemporânea
com Lilian Santiago

Curso teórico que investiga as interfaces entre a filosofia e a crítica da arte nas expressões plásticas contemporâneas que decretam a morte como uma espécie de reprodução mise-en-abîme das construções e reflexões estéticas mobilizadas pelos próprios desenvolvimentos dos estudos da arte em todos seus percursos críticos e históricos. A arte herda de cada época um discurso que reelabora e reflexiona plasticamente sobre a existência eterna de perguntas relacionadas com a dor, a morte e a desaparição, entre outras questões. Falar de crítica, filosofia ou de um objeto artístico nestes instantes resulta uma atividade aporética,  pois, a arte contemporânea encaminha-se cada dia mais em direção do transitório, a saber, sua necessidade de encontrar meios que lhe permitam substituir o fundamento de suas próprias pesquisas. Todas as leituras tradicionais de percepção que recebemos de um objeto artístico, estão sujeitas a transformações. Podemos observar a variabilidade dos meios de expressão que encontram artistas como Christian Boltanski para emprender viagens em direção à morte e ao esquecimento. Em outra instância, as reproduções de uma frase sobre papel que Félix González-Torres nos apresenta, evidenciam a súbita ausência de um eros perdido. Vale acrescentar nessa análise, os desastres dos sábados de Andy Warhol, os edifícios em ruínas fatiados por Gordon Matta-Clark e os campos devastados de Anselm Kiefer, ambos artistas, em cenários diferentes, nos apresentam versões semelhantes de uma aniquilação que parece estar plenamente efetivada.  Memória, desaparição, devastação, memento mori, casos de aproximação ao tempo de morrer que coloca sobre a mesa algumas variavéis que o tempo nos traz no que diz respeito ao tema da morte e sua ação na arte contemporânea.

PROGRAMA: (Quartas-feiras)

16/10 – Aula 1 – A tarefa de luto;
23/10 – Aula 2 – Museu em Ruínas;
30/10 – Aula 3 – Objetos para serem destruídos;
06/11 – Aula 4 – Desastres dos sábados;
13/11 – Aula 5 –Christian Boltanski, Gordon Matta-Clark, Félix González Torres, Anselm Kiefer

PARA QUEM É ESSE CURSO?                            
Estudantes, pesquisadores, curiosos, apaixonados, autodidatas.

QUEM IRÁ CONDUZIR?             

Lilian Santiago — Professora de Filosofia e Arte Contemporânea no Departamento de Filosofia da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, UNIFESP-Guarulhos. Atualmente desenvolve duas pesquisas: Em louvor da medida incerta: gordos, languidescestes e anoréxicos na arte, literatura e na arquitetura contemporâneas e Atlas e constelações:  Afinidades entre Aby Warburg e Walter Benjamin.

AO REALIZAR ESTE CURSO, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE:

  • Compreender, a partir de textos da Filosofia e da Crítica da Arte, os debates contemporâneos que dizem respeito ao luto, à destruição e à catástrofe nas expressões artísticas a partir dos anos de 60.
  • Mapear o repertório artístico sintonizado com o declínio das instituições da arte como articulação estrutural de um fenômeno mais amplo que perpassa o sistema das artes, mobilizando expressão artística e argumentação filosófica-crítica.

INFORMAÇÕES:                          

Início: 16 de outubro a 13 de novembro de 2019
Duração do curso: cinco encontros (10 horas/aula)

Horário: quartas, das 19h30 às 21h30.
Local e endereço: Instituto Adelina – Rua Cardoso de Almeida, 1285, Perdizes – 2º andar.
Investimento: R$ 350,00
Formas de pagamento: boleto à vista (5% de desconto) ou em até 3x R$ 116, sem juros no cartão de crédito.

Vagas: 25 vagas

Importante: inscrições até o dia 15 de outubro