Exposição Fundo Falso

Renan Marcondes

Curadoria: Josué Mattos

 

SOBRE

O que é performance? Essa é uma pergunta que muitos vêm tentando responder – tanto público, quanto artistas, bem como há também a procura pela resposta a uma série de reflexões que essa linguagem, ainda muito nova, desperta. Achar as respostas não é a proposta de “Fundo Falso”, individual de Renan Marcondes que foi inaugurada em 1º de setembro, na Adelina; o que se procura na exposição é dissecar essa forma de arte de diversas maneiras.
Trabalhos inéditos de Renan irão o ajudar na tarefa de, junto com o público, investigar o que é a performance hoje e o papel do artista e do público nessa linguagem, além de suscitarem uma série de outras questões. Para isso, o artista irá se apropriar de materiais (livros e imagens) que recontam um pouco da história performática, com algumas diferenças as quais colocam em questão o modo como essa narrativa foi contada até então.
Em “Fundo Falso”, o público poderá ver alguns dos nomes que ajudaram (e ainda ajudam) a constituir o termo performance, como Marina Abramovic, Whoopi Goldberg, Lygia Clark, Pope.L, Yvonne Rainer, Guillermo Gómez-Peña, Divine, Joseph Beuys, dentre tantos outros. Mas estarão à mostra também, cavalos de corrida, computadores, empresários e esportistas que também ajudam a definir o termo só que para fora do circuito das artes. Diversas frases – ditas por pessoas em comentários de notícias ligadas à performance ou por teóricos e pesquisadores do tema – estarão nas paredes do espaço expositivo para que, munidos de óculos e lixa, os visitantes possam removê-las do local. “A ideia é que o ato represente um dos objetivos da mostra, que é jogar a palavra no chão para desconstruir ou construir novamente o seu conceito”, explica Renan. “Essa é uma exposição que tem um caráter quase que formativo. Performance ainda é uma dúvida para muitos. E não só para o público: nós artistas também temos ainda dúvidas sobre ela”, afirma o artista.
O nome da mostra de Renan Marcondes vem de uma ferramenta de tecnologia que utiliza inteligência artificial e redes neurais para mapear o rosto de uma pessoa e sincronizá-lo com o de outra, inserindo de forma bastante convincente um indivíduo em um vídeo em tempo real em situações irreais. O resultado são vídeos convincentes, que abrem discussões sobre veracidade de materiais divulgados e ética – pontos também levantados em época de fake news.
Além da exposição de obras inéditas, haverá uma série de ações educativas sobre corpo e performance, como falas e debates mediados pelo artista, que acontecerão no mesmo espaço da mostra.

Ciclo de Conversas Fundo Falso

Representação e performance
Renan Marcondes recebe Elisa Band e Élle de Bernardini para pensar a “representação”, que ao mesmo tempo em que é renegada historicamente pela performance também pode ser entendida como um meio de visibilidade para grupos e indivíduos excluídos de práticas hegemônicas de representação e validação.

Participantes: Elisa Band, Élle de Bernardini e Renan Marcondes.
Quando: 22 de setembro (sábado), às 15h.
Onde: Adelina (Rua Cardoso de Almeida, 1285, Perdizes).

Políticas da performance: estética e modos de produção
Qual a relação entre modos de produção no Brasil e seus resultados estéticos. Como leis de fomento, curadorias de espaços institucionais, editais públicos e academia ajudaram e ajudam a desenhar um cenário de performance? Como isso se desenha não apenas em artistas, grupos e práticas aceitas por esses espaços, mas também nas marginalizações que essas estruturas institucionais perpetuam? Ferdinando Martins e Hugo Cabral Carneiro se juntam ao artista Renan Marcondes para discutir essas questões.

Participantes: Ferdinando Martins, Hugo Cabral Carneiro e Renan Marcondes.
Quando: 29 de setembro (sábado), às 15h.
Onde: Adelina (Rua Cardoso de Almeida, 1285, Perdizes).

Arte da performance, história e morte: o corpo é tudo que importa?
A proposta dessa conversa é pensar sobre o papel da morte e do fim do corpo na história da performance, que é geralmente contada pela perspectiva da presença e sua afirmação. Como a finitude influencia a performance e suas práticas e como isso apareceu e aparece na produção de artistas?

Participantes: Ruy Luduvice e Renan Marcondes.
Quando: 06 de outubro (sábado), às 15h.
Onde: Adelina (Rua Cardoso de Almeida, 1285, Perdizes).

As conversas são gratuitas e as vagas são limitadas. Inscrições pelo site: http:>www.sympla.com.br/adelina

SOBRE RENAN MARCONDES
Artista visual, performer e pesquisador, Renan Marcondes (São Paulo, 1991) possui um trabalho que articula intersecções entre performance, coreografia, escultura e pesquisa teórica. Usando esse campo como ponto de partida, Renan produz, sozinho ou em parceria com outros artistas, situações e objetos que alteram a movimentação do corpo, impedem gestos e representam condições bizarras ou patéticas da existência do homem, criando futuro hipotético em que o ser humano não será mais o centro de universo. Dessa fora, o artista busca noções menos afirmativas de corpo, presença e performance, que abrem espaço para as contradições e problemas atuais desses termos e práticas.

Catálogo

Crédito: Fotos de Luiza Estanislau

 

INFORMAÇÕES:

Início: 03 de setembro até 20 de outubro de 2018

Horário: terça a sexta – das 10 as 19h, sábado das 10 as 17h 

Local: Rua Cardoso de Almeida, 1285, Perdizes, São Paulo

Entrada: gratuita

Estacionamento conveniado: 25% de desconto para visitantes (Rua Caiubi, 308)

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